Qual o propósito do deserto na minha vida
julho 27, 2015
TEXTO BASE: Êxodo 13.17-22
Quebra-Gelo: Líder pergunte para os discípulos (as) da célula qual a experiência que tiveram quando passaram por um deserto espiritual?
INTRODUÇÃO
Deserto é uma região geográfica com terra seca, sem vegetação e inabitável. “Zona árida, com precipitações atmosféricas irregulares ou escassas, vegetação inexistente ou rara, relevo formado pela alteração de determinadas rochas, e desprovida de habitantes permanentes” (Dicionário Houaiss).
O deserto, na Bíblia, sempre foi descrito como um lugar abrasador e de secura, habitado apenas por animais ferozes (JÓ 24.5; Mt3.1), serpentes e escorpiões (Dt 8.15). O deserto, também, era lugar de refúgio (Ap 12.14), de revelação e chamado (Êx 3.1-3), de provação (Dt 8.1-3), de juízo (Nm 32.13), de tentação (Mt4.1) e de pregação de boas novas (Mc 1.1-4).
Tomamos o “deserto” como uma metáfora da vida, do palco onde se desenrola o drama da vida cristã. E há momentos em nossa vida em que experimentamos uma espécie de “deserto espiritual”, momentos de secura e escassez de alegria espiritual. Vamos aprender nesta ministração qual o verdadeiro objetivo do deserto na nossa vida:
1. DEUS CONDUZ O SEU POVO AO DESERTO
O nosso texto básico diz: Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus, posto que mais perto, pois disse: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e tome ao Egito. Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito (Êx 13.17,18).
Observamos aqui três lições principais:
1.1. Deus está por trás de todos os eventos da História. Quando lemos a sentença: Tendo Faraó deixado ir o povo, podemos interpretar que a saída do povo de Israel do Egito foi um ato político fruto da decisão de um homem. A verdade, porém, é outra. Foi Deus quem tirou o Seu povo do Egito! A saída foi um ato soberano de Deus, uma operação de resgate e libertação. Mas porque o SENHOR vos amava e, para guardar o juramento que fizera a vossos pais, o SENHOR i/os tirou com mão poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó, rei do Egito (Dt 7.8). E o SENHOR nos tirou do Egito com poderosa mão, e com braço estendido, e com grande espanto, e com sinais, e com milagres (Dt 26.8).
A) Deus carrega o Seu povo. Deus liberta o povo do Egito e o carrega em direção à terra prometida. O texto básico diz: Tendo Faraó deixado ir o povo, Deus não o levou pelo caminho da terra dos filisteus. A ênfase está no verbo “levar” ou “carregar”, como uma mãe carrega um filho amado. Isaías diz: Ouvi-me, ó casa de Jacó e todo o restante da casa de Israel; vós, a quem desde o nascimento carrego e levo nos braços desde o ventre materno. Até à vossa velhice, eu serei o mesmo e, ainda até às cãs, eu vos carregarei; já o tenho feito; levar-vos-ei, pois, carregar-vos-ei e vos salvarei (Is 46.3,4). Moisés compara a ação condutora de Deus, ao cuidado de uma águia: Como a águia desperta a sua ninhada e voeja sobre os seus filhotes, estende as asas e, tomando-os, os leva sobre elas, assim, só o SENHOR o guiou, e não havia com ele deus estranho (Dt 32.11,12). Assim, não há dúvidas! Deus está no comando. Estamos nas mãos de Deus.
B) Deus carrega o Seu povo pelo caminho que Ele mesmo escolhe. Quando o povo saiu do Egito, o caminho mais lógico a ser tomado era pela terra dos filisteus. Era o caminho mais perto, mais fácil e mais seguro. Deus, porém, conduziu o povo pelo deserto. Era o caminho mais longe, mais difícil e mais inseguro. Porém Deus fez o povo rodear pelo caminho do deserto perto do mar Vermelho; e, arregimentados, subiram os filhos de Israel do Egito (Êx 13: 18).
Entenda que o caminho do deserto é o caminho da dependência, da provação, da resistência e da perseverança. O deserto é a estrada da renúncia, da cruz e da fé. O deserto é a estrada divina. Deus nos leva ao deserto para adestrar nossa fé.
Deus escolheu o caminho que o povo deveria andar e não o caminho que o povo queria tomar.
Em síntese, Deus liberta o Seu povo, conduzindo-o pelo caminho que Ele mesmo escolhe. Precisamos aprender a orar como Davi: Faze-me, SENHOR, conhecer os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas (SI 25.4).
2. POR QUE DEUS CONDUZ O SEU POVO PELO DESERTO?
O nosso texto básico apresenta a primeira razão porque Deus escolheu para Israel, o caminho do deserto: Para que, porventura, o povo não se arrependa, vendo a guerra, e torne ao Egito.
A segunda razão apresentada por Deus é a glorificação do nome do Senhor: Disse o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel que retrocedam e se acampem defronte de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele vos acampareis junto ao mar. Então, Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão desorientados na terra, o deserto os encerrou. Endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército; e saberão os egípcios que eu sou o SENHOR. Eles assim o fizeram (Êx 14.1 -4).
A terceira razão apresentada por Deus é o da santificação: Recordar-te-ás de todo o caminho pelo qual o SENHOR, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos. Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do SENHOR viverá o homem (Dt. 8.2-4).
O deserto é uma escola onde aprendemos que o espiritual precede ao material. Crescemos espiritualmente quando enfrentamos um deserto. Por causa da incredulidade, a geração que saiu do Egito, rodou quarenta anos no deserto (Nm 14.20-45) e não entrou na terra prometida.
3. DEUS CAMINHA COMO SEU POVO PELO DESERTO
O nosso texto básico oferece-nos uma terceira lição importante: Deus está conosco no deserto: O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho; durante a noite, numa coluna de fogo, para os alumiar, a fim de que caminhassem de dia e de noite. Nunca se apartou do povo a coluna de nuvem durante o dia, nem a coluna de fogo durante a noite (Ex 13.21 -26).
A presença de Deus significa direção. Ele está presente com o Seu povo a fim de orientá-lo. A nuvem simbolizava a presença orientadora de Deus: Quando a nuvem se levantava de sobre o tabernáculo, os filhos de Israel caminhavam avante, em todas as suas jornadas; se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam, até ao dia em que ela se levantava (Êx 40.36,37). Moisés sabia da importância da direção divina, a tal ponto que ele declara a Deus: Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar (Êx 33.15).
A presença de Deus significa segurança e proteção. Ele sempre protegeu individual e coletivamente os Seus servos. A nuvem durante o dia trazia sombra no calor e a coluna de fogo aquecia o povo nas noites frias do deserto. A presença de Deus também significa encorajamento para a realização de uma tarefa ou para o cumprimento de uma missão. Deus disse a Josué: Ordenou o SENHOR a Josué, filho de Num, e disse: Sê forte e corajoso, porque tu introduzirás os filhos de Israel na terra que, sob juramento, lhes prometi; e eu serei contigo LER: (Dt 31.23).
A presença de Deus significa conforto na tribulação. O cristão está sempre entrando, saindo ou no meio de tribulação. Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel (Is 41.10). Quando passares pelas águas, eu serei contigo; quando, pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em (Is 43.2).
A presença de Deus com o Seu povo no deserto significa capacidade para lutar, resistir e perseverar. Em toda a angústia deles, foi ele angustiado, e o Anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor e pela sua compaixão, ele os remiu, os tomou e os conduziu todos os dias da antiguidade (Is 63.9).
CONCLUSÃO:
Deus conduziu e conduz o Seu povo pelo deserto deste mundo. Ele está no comando e a sua companhia é certa e segura. Com Ele, estamos convictos de que “não morreremos no deserto”, mas chegaremos à terra que “mana leite e mel”. Fique firme.
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